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Can​ç​õ​es de Poucos Refr​õ​es

by Indivíduo

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1.
Dia de Chuva 04:02
"E era noite, porque era inverno, e estava muito frio E eu fiquei ali pequenina Não tinha 7 anos porque ainda não andava na escola E fiquei vergadinha no chão Na fila do pão E a minha mãe veio vender uma hortaliça ao mercado E quando chegou a minha vez, a senhora da padaria veio à porta Meu deus, que horror! E disse com uma voz, que acho que vieram das profundezas do inferno: - O Pão Acabou! (Dê-me licença de eu despertar alguém, que está dentro da concha Há duas pessoas, há dois poetas a elevar Que se meteram dentro de uma concha, e eu tenho de os puxar cá para fora - Sai para fora com aquilo que sabes fazer. Não escondas aquilo que fazes.) Aquela voz, ainda hoje está nos meus ouvidos E eu ainda hoje, não consigo passar naquele passeio em frente àquela porta Tenho de atravessar para o outro lado, porque não posso passar por ali. E já passaram muitos anos Pelo menos 70 anos já passaram"
2.
Dona Joana 07:21
Da intenção passou à acção E deixou-se ir na conversa Não foi lá só pra assistir, mas Pra fazer parte da festa Ela contava em vir bem cedo E foi ficando Foi bebendo E sua alma foi-se rejuvenescendo Foi dar por si a dançar funk Como nos anos oitenta Dona Joana sentiu-se jovem A dançar Beatles, Chuck Berry e Bossa Nova Como é que esteve tanto tempo fora Se ainda sabe o que se dança agora? A quem lhe apontou o dedo Disse 'Velhos são os trapos' Vestiu seu melhor vestido Calçou seus melhores sapatos Ela sabia que haveria Essa possibilidade De encontrar gente Que não queria ver à frente Pois eles que viessem Que ela sorria Dona Joana sentiu-se jovem A dançar Beatles, Chuck Berry e Bossa Nova Como é que esteve tanto tempo fora Se ainda sabe o que se dança agora? Qualquer um podia entrar Já que a porta estava aberta Quando dava Roadhouse Blues Já Joana estava solta Quando a bebida era pouca E a comida não chegava E cada um já so dançava pra seu lado Foi se buscar mais de beber À casa do lado Dona Joana sentiu-se jovem A dançar Beatles, Chuck Berry e Bossa Nova Como é que esteve tanto tempo fora Se ainda sabe o que se dança agora? Num Domingo que antecede Uma Segunda de trabalho Dona Joana dorme encostada, Fechem a luz e a portada Num Domingo que antecede Uma Segunda de trabalho Dona Joana dorme encostada, Fechem a luz e a portada E deixem-na dormir descansada E deixem-na a dormir descansada E deixem-na dormir descansada
3.
Seu amor é que é bonito Mas ele contempla só o erudito Anda às voltas para criar Nos outros a sensação Mas a pose que ele assume É só mera imitação Na verdade ele é bem simples E nem sabe escrever bem Sua aparência bem cuidada Enganou-me a mim também So à noite é que ele nota A falta dela a abrir-lhe a porta Ela não vai voltar Enquanto ele não mudar. Está-se mesmo a ver O que é que ele quer Está-se a arrepender Está-se a arrepender Ele nunca leu Vinícius Nem sabe como é bom amar Nem sabe como é ter vícios Ou versos para alimentar Ela queria que ele escrevesse num papel sobre eles os dois Ele debaixo da varanda gritou volta por favor, volta por favor E ela volta e então nota toda aquela agitação Do V de volta da paixão, deu-lhe o seu perdão Diz que tem um sentimento novo e é muito bom E aconselha todos à sua volta a amar também Diz que tem um sentimento novo e é muito bom E aconselha todos à sua volta a amar também
4.
Não é um louco Ele é normal E nada do que ele faz se pode considerar especial Não é excêntrico Mas excede a velocidade na auto-estrada só para ir para casa descansar Calçado de Running para ir comprar o jornal Nunca vai à praia apanhar sol É mais fresco o ar condicionado de um café Com vista para o mar Para tirar foto, para o Insta... Just having... Getting some sun He spends his money Buying things he doesn't need Because he doesn't like to be behind the others He doesn't like to fight But when it comes the time to kick your ass, he is the first one Calçado de Running para ir comprar o jornal Nunca vai à praia apanhar sol Não sabe nadar, nem vai para o mar, nem quer tentar Não há forma de entender Aqueles surfistas Batem nos banhistas Que olham para os nudistas "It makes him confused to see tremendous excitement. He gets grumpy, frowning and jealous. With the joy and fun that characterizes the summer Because after all, the beach is just sand, water and salt...sand, water and salt"
5.
05 - A Frescura dos 40 Filho dos anos setenta Muita coisa já eu vi Desengane-se quem pensa Que o caminho acaba aqui A Frescura dos quarenta Faz deles os novos trinta Com os recentes avanços da ciência... Eu vou ter muita saúde, vou viver até até 100 Vou para o campo, vens comigo e também vais sentir-te bem Pego em parafina e ponho no cabelo Observas como me fica mal o amarelo Depois de tanto insistires eu lá te explico A razão... É que eu sempre quis ser loiro no verão Recordar o passado é para depois Vamos por agora viajar os dois Para uma outra terra nova, uma outra nova juventude Cujo fim não está à vista, Pelo menos para nós Eu vou beber, até não poder mais Vamos dançar como dançam no Brasil nos carnavais Vamos tocar às campaínhas das vizinhas Vamos-nos esconder e atirar pedrinhas Depois de um galão e uma croissaint Só temos forças para aterrar no divã Daqui a cinquenta anos Vou lembrar-me do que fiz Para contar a toda a gente Como vivia feliz Eu vou ter muita genica, viverei para lá dos cem À excepção da dor de costas nunca me senti tão bem Vamos tocar às campaínhas dos vizinhos Eles nunca vão achar que foram os velhinhos Nosso comportamento incorrigível, vai Despoletar Uma grande e enorme satisfação
6.
06 - A Curva Natural No meu quintal à Burle Marx Tem mais de quarenta espécies tropicais Se elas se dão bem ao sol Tiro-as da sombra, convém que elas fiquem expostas a sul Convém no entanto não esquecer que o que cresce melhor, é o que cresce cá Não inventei nada de novo, pois o Homem sempre buscou o que a natureza dá O vento e a chuva, que geram paisagem, como esta montanha onde a lua anuncia a noite Para lá daquele monte Traçado pela curva, que linha bonita e tão natural Mas linhas rectas também ficam bem Com a arquitectura que agora vem sempre com Siza no DNA Convém no entanto não esquecer que o que cresce melhor, é o que cresce cá Não inventei nada de novo, pois o Homem sempre buscou o que a natureza dá Este muro de granito, é sinal do conflito do homem com o declive natural Como as sebes também o são Em regiões onde o vento destrói toda a produção Convém no entanto não esquecer que o que cresce melhor, é o que cresce cá Não inventei nada de novo, pois o Homem sempre buscou o que a natureza dá Convém no entanto não esquecer que o que cresce melhor, é o que cresce cá Não inventei nada de novo, pois o Homem sempre buscou o que a natureza dá A curva que inicia a recta que curva na ponta E se volta a curvar, para a forma fechar A ideia que trago na volta é que a linha não conta, O que conta é a forma desta se curvar
7.
A Conquista 05:07
Se dá, deu, se não dá, não deu Se alguma coisa aconteceu, é porque ela o concedeu  Se disse, disse, se não disse, dissesse Pelo menos algo afável Acontecendo a socialização Pode ser que toque no coração Ele vai ter de se consciencializar Não pode para sempre nunca falar Porque algum dia ele vai ter de expressar, opinar, discutir, duvidar Então a sua projeção vocal Convém que esteja num estado normal Que é para quando ele a quiser convidar para sair num sítio chique Talvez sua voz, seja de rouxinol E acerte na escolha da melodia E a conquiste, da noite para o dia
8.
Homografia 06:34

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released October 8, 2019

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